sábado, 12 de julho de 2008

Onomatopeia madrugadora

Metade de um ano de trinta e um anos... Parece pouco mas aos poucos em seis meses aprende-se por vezes mais do que em seis anos, mesmo que pareça que já temos tudo aprendido e que nada de novo haja nos dias e nas noites que hão-de vir. Mesmo que o cansaço nos vença e as palavras façam ricochete nas paredes que por vezes nos dividem, em retrospectivas paralelas e momentaneamente divergentes, o tempo parece querer dizer que a hierarquia das importâncias individuais se encaixa em todas as teorias da relatividade e que não há teorias mais importantes que a nossa persistência no que cremos e no queremos construir para além das nossas individualidades incontornáveis. Contornam-se as insensatezes, as imperfeições, as memórias mais acutilantes e retorna-se àquele ponto em que estávamos antes de sermos campo de batalha, antes que a quantidade dos despojos seja em demasia para as nossas forças e antes que desistamos de uma batalha que pode ter mais de um vencedor. Depois do armísticio, reabrem-se as fronteiras, porque nestas nações não há termos de residência e a identidade é criada através das viagens que fazemos sem bagagens nem paragens obrigatórias, ainda que tenhamos de atravessar cadeias montanhosas e vales onde o eco pode confundir a nossa orientação... E depois de sermos turistas nos espaços que não são os nossos, regressamos a uma terra em que os sons, as paisagens, o horizonte, a luz e a sua ausência nos parecem mais familiares e descansamos para que as próximas viagens sejam apenas aquelas em que não somos mercenários nem carregamos armas que não sabemos manejar...

2 comentários:

Anónimo disse...

ADORO-TE.

Anónimo disse...

eu também

you dont know who