sexta-feira, 27 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #24

Dial 911 in case of emergency (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

Onomatopeia plástica op. 23

Solo piece in one octave (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #22

Cara-metade (2008)
Fotocópia a cores sobre tela
Colecção do autor

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Onomatopeia dacriorreica

O vento a deslizar as árvores, o vento e o sol juntos a castigarem os carvalhos, as laranjeiras, os jacarandás, e eu na janela, a reparar nas manchas e no pó que se acumulou. "Sai daí, por favor, sai daí... desce...", a mesma janela, a mesma sala, mas numa hora e num dia diferentes, porque o tempo também é castigado e nós por ele. Eu, eu outra vez aos 12 anos, eu outra vez a ter medo do mundo, do mundo para lá da porta, a porta antes da fera que me ia comer porque não havia maneira de me defender da inevitabilidade do exterior. "Nem que fosses o último homem do mundo", outras palavras, a caminhada por cima do cascalho até chegar à estrada, dessa vez acompanhado, uma grande parte das vezes sozinho, sempre a olhar pelo ombro, sempre a recear a voracidade das feras, porque as bestas quando se soltam são esquivas e escondem-se para melhor agarrar a presa. Eu de olhos no chão, a ver o movimento das pedras, o som das pedras, o meu som nas pedras, o som que não queria ouvir das pedras dos outros... "Quero chegar a casa, quero fechar-me", não quero saber que há vida para lá da porta pesada que se fecha com quatro voltas de chave, e não quero correr, mas quero correr, porque se correr chego mais depressa e mais depressa esta hora passará para outra hora em que não há pedras, só eu e as paredes da minha fortaleza. (E tu, agora aí, deitado, tu agora aí, e eu sem saber porquê, sem saber porque quero sair mas quero ficar e agarrar-te, e nunca mais te deixar sair de mim, e tu agora aí, sem saber a razão das minhas lágrimas, sem saber que inundei a casa com os meus olhos, que os meus olhos vêem melhor agora apesar de turvos e salinos.) Pela primeira vez separo o trigo do joio, pela primeira vez aperto as verdades contra as incertezas. A campainha, a campainha a tocar para fazer a recolha, a paz perfeita do único refúgio na imensidão dos edifícios, a paz perfeita depois da fuga, no mato que era cerrado e arranhava as pernas, os braços, que deixava marcas na cara e nos olhos, e nas palavras que não saíam de mim mas saíam dos outros, e nos gestos que sentia de fora e que não saíam de dentro. (Sim, não sabes, mas dói tanto agora, dói tanto como doeu na altura, dói tanto porque as feridas abriram outra vez, e eu outra vez desprotegido, e eu outra vez minúsculo no meio dos gigantes, e eu outra vez sem braços à volta, outra vez apertado em mim mesmo.) E o reflexo dos espelhos a responder o que não queria, e eu a evitar o reflexo e a tentar escapar à Medusa, e as serpentes sempre a provocarem, e as vozes de que tinha medo, que se transformavam em gestos e violência, em golpes, e a misericórdia que nunca chegava, a bonança que nunca vinha depois da tempestade. Ainda oiço os trovões, lá ao longe, mas ainda os oiço, à parte de mim, mas de vez em quando a tonitruância aproxima-se e a dor aumenta com o som, ainda que os relâmpagos sejam menos nítidos com todos os filtros da consciência... (Toco-te para te sentir respirar, tu aí que me salvas quando te aproximas, quando as tuas mãos se tocam atrás de mim, e eu respiro de alívio durante uns momentos em que não há memórias nem palavras reminiscentes, apenas a minha cabeça escondida entre o teu rosto e os teus ombros, entre o tecido e a tua pele, entre o calor do teu corpo e a salinidade das minhas lágrimas.)

sábado, 21 de junho de 2008

Onomatopeia parabenizada

Pérolas literárias via serviço de mensagens curtas:

Claro que são os parabéns, meu amor das nhas entranhas demoníacas! Parabéns em todo tu até nos refegos entranhados do teu ser rumo todo lá dentro! Amo-te e amo-te e amo-te e amo-te e beijos e guinchos e borradelas do esforço e confétis e tutus e fadas porcalhonas a oferecer a nêspera a todo e qualquer transeunte! Parabéns!

D. manda beijas... Daquelas beijas todas em festivas e cheias de serpentinas e brilhos... Daquelas que ficam todas em escaramanchu quando chegam ao coração... Daquelas mega-aniversariantes, tá a ver? Parabéns!

Sabes quem é o Guimarães? É aquele que te vai ao cu quando estás de parabéns! Muitos beijinhos e abraços da T. e do S.

Toda vaca de merda que eu sou que me esqueci de lhe dar os parabéns! Mas à la ver uma grande beija de parabéns atrasada e muito amor para minha amiga e bom dia também!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #21 (in homage to Monique)

Splitting a cosmopolitan (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

Onomatopeia plástica #20

Sonic self-(de)fences (2008)
Acrílico sobre tela com som surround
Colecção do autor

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #19

Sneak peek at a brighter page (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #18

Closure (2008)
Acrílico ou fecho-ecler sobre tela
Colecção do autor

terça-feira, 17 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #17

Lei-Quadro (2008)
Decalque sobre tela
Colecção do autor

Onomatopeia plástica #16

Clean cut wrists (2008)
Sangue e acrílico sobre tela
Colecção do autor

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #15

Bliss is what lies beyond (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

Onomatopeia plástica #14

Sleeping back to back (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

domingo, 15 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #13

91% compatible (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

terça-feira, 10 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #12

Blood still spills when I tape my wounds (2008)
Acrílico e fita-cola sobre tela
Colecção do autor

Onomatopeia plástica #11.2

...when you're there (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

Onomatopeia plástica #11.1

I miss you... (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #10 (in homage to Tina and Saló)

Red Bule (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #9

I make mistakes (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor e de outras pessoas na sua vida

terça-feira, 3 de junho de 2008

Onomatopeia plástica #8

The line of beauty turns into the line of fear (2008)
Acrílico sobre tela
Colecção do autor