sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Onomatopeia b.p.m.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Onomatopeia submissa interactiva
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Onomatopée exquise: first verbal pieces of the people I love
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Onomatopeia nada convencida
Onomatopeia pouco convencida
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Onomatopeia futurista
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Onomatopeia R.I.P.
Cumpriu-se o seu último desejo: partilhar a sepultura com o Andy Warhol. Aceitam-se elogios fúnebres...
Onomatopeia genotípica em versículos
2 Ele estava no princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 E a casa construiu-se com o nome, que era Deus, que fazia todas as coisas que eram feitas pelo nome.
5 E o nome assentou sobre si e a casa foi feita pelo nome, que era Deus, que estava com o nome, que estava no princípio com Deus.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Onomatopée exquise: exortação
ONOMATOPÉE EXQUISE: jeu onomatopéique consistant à composer collectivement une onomatopée en écrivant un mot ou une phrase ou en ajoutant une image aux échos onomatopéiques de cette onomatopée exhortante.
Após a definição dos conceitos envolvidos, exortam-se os leitores deste blogue - que com certeza estarão ávidos de participação mais activa na sua construção - a tomarem parte na elaboração de um cadavre exquis onomatopaico. Todos os comentários que forem colocados neste post serão utilizados na criação de um cadáver esquisito, que terá como título onomatopée exquise. Dos comentários apenas será visível a última parte, sendo a parte restante guardada para posterior reconstrução do cadáver.
Onomatopeia sem mau acordar
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Onomatopeia agoniada
- Acho que não...
- E se fosse na boca do corpo?
- Mais facilmente...
Onomatopeia com mau acordar
Onomatopeia dramatúrgica: I Acto Cena 2
Cena 2
O membro de uma organização qualquer, vestido como um funcionário de uma repartição pública qualquer, entra pela direita alta e senta-se mais ou menos a meio do palco, mas não muito a meio para não criar simetrias indesejadas. Logo após, e também pela direita alta, entra o deambulador de carros de supermercado, sem os carros de supermercado, porque o palco já não comporta mais objectos desnecessários. Pede-se assim ao público que intervenha na acção com os seus dotes imaginativos. O deambulador aproxima-se do membro e, sentando-se ou deitando-se ou apenas inclinando-se sobre o outro, morde-lhe a orelha direita. Com força, com carinho, com firmeza, com os lábios, com os dentes, dependendo da vontade e disposição do actor no dia da representação.
Membro (revelando alguma impaciência): E a orelha esquerda?
Deambulador: Essa não mordo... Pelo menos agora. Deixa-a sentir-se desprezada por uns tempos...
Membro: E se ela se queixar da injustiça?
Deambulador: Não lhe dês ouvidos...
Deambulador levanta-se e sai pelo mesmo sítio por onde entrou. Mantém-se o membro em cena.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Onomatopeia dramatúrgica: I Acto Cena 1
I Acto
Personagens:
vigário
membro de uma organização qualquer
entrevistadora
vendedor de apitos e cadernos
atleta morto há mais de trinta anos
vizinha do 1.º andar direito
deambulador de carros de supermercado
Cenário: um palco coberto de terra, areia, cinzas, vulcões, terapeutas, resistências eléctricas, fogões a gás natural, baterias de carros dos anos 50, embalagens de creme hidratante para mãos muito secas e gretadas.
Cena 1
Atleta, com um ar cansado, ainda que bastante fresco para alguém falecido há mais de 30 anos, rebusca o palco por um jornal. Não fala, mas percebe-se pela sua expressão que é um jornal que procura. Desiste. Sai de cena.
Onomatopeia tríptica
e a respiração fosse heterogénea e banal
Como se após os primeiros momentos de peregrinação
tudo assentasse e as poeiras fossem agora espécimes raros
Como se nos defeitos não se vissem indícios
e o ritmo férreo passasse para lá dos milésimos convencionais
É puro ainda que turvo
É cristalino ainda que ofuscante
É mortiço ainda que sobrevivente
E mesmo quando o ruído é insuportável
mesmo quando as abstracções são dizíveis
mesmo quando à parte se criam novos sentidos
Não houve mais que um acorde surpreendente
não houve mais que a acústica exagerada dos locais
não houve mais que a melodia impossível de sempre
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Onomatopeia prometeica
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Onomatopeia in memoriam partium
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Onomatopeia sem fôlego
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Onomatopeia processual
Sem vontade, subiu as escadas pela terceira vez naquele dia. Sem vontade, porque a vontade não tem de acompanhar a mecanização ruidosa das acções, dos gestos e dos movimentos. Depois de subir as escadas, parou, colocou a mão no bolso das calças e, sem vontade, sentiu as chaves que daí a alguns instantes abririam a porta pela terceira vez naquele dia. Feitas as contas, a reiteração sêxtupla de acções sem vontade perfazia uma soma bastante respeitável... Uma soma que se multiplicaria por outras somas se a memória quisesse fazer frente a esse género de considerações. Como a vontade não era essa, as chaves cumpriram a função vaticinada e a porta abriu-se, aparentemente sem vontade, aparentemente respeitadora da falta de vontade de quem a vontade faltava. Para lá da porta, havia um espaço inadequado, imperfeito, semivazio e especialmente contra-indicado a corpos sem vontade de o habitarem. Não havia especial intenção neste espaço de constranger quem o invadia, mas há intenções que, não tendo existência, parecem inclinadas a desenvolverem-se apenas porque o inascível conflui geralmente para o padrão de tudo o que é gerado e nascituro. E pela terceira vez naquele dia, o espaço acolheu quem pela terceira vez subira as escadas e pensava, sem vontade, que pela terceira vez atravessaria aquele espaço assémico e incapaz. Na verdade, sabia que a falta de vontade era crónica, impassível e debitada numa oitava acima da permitida, mas não se lhe opunha nem a mascarava com processos paliativos. Recolhia-a na impossibilidade de mudança e tratava de a movimentar consigo, de lhe atribuir objectivos ou de lhe retirar ilações. Sem vontade, fechou a porta, nem sequer contabilizando que seria a terceira vez naquele dia que o fazia, e aterrou o olhar na textura das paredes e na inexactidão das cores circundantes. Não era um viveiro de formas nem de refracções lumínicas, mas um pequeno sumário de espessuras, asperezas e imprecisões tácteis. Suavemente caminhou até um dos cantos, onde outra porta o esperava, desta vez entreaberta e desta vez demonstrando menos falta de vontade em se abrir do que a primeira. Não houve automatismos, foi preciso esforço e ordem para continuar o caminho. Para lá dos verdadeiros motivos, havia falsas direcções e falsos propósitos. Mas sobretudo havia uma porta, que se seguira a outra porta e que, provavelmente, precedia outra, como se na sequência dos espaços compostos a lógica dos fenómenos físicos fosse aplicável. Em todo o ritmo subentendido nesta sequência, a falta de vontade era a dominante de uma escala que ainda se mantinha atonal e melodicamente indefinida. Não havia pretextos, não havia singularidades, não havia domínios temáticos. Serviam de abstracções as palavras que não pensava, os conceitos que não entendia, as suposições de que preferia ver-se livre. Tudo compassado numa linha sem preposições ou elementos de ligação, num encadeamento agramatical: escadas, chave, porta, espaço, porta. Pauta improvável, inabilmente composta, sonoramente monótona e apenas passível de uma única variação: porta, espaço, porta, chave, escadas. Sem vontade, refez o cenário e os adereços mantiveram-se serenos, moribundos, implacáveis no desinteresse pela cinética dramatúrgica. E, sem vontade, baseou-se na imaginação do polígono que era o espaço para lhe conferir um mecanismo próprio de funcionamento, como se em todas as horas houvesse minutos e em todos os minutos os segundos fossem certos...
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Onomatopeia visceral
I'm sorry for creeping up to your lair and for stealing your belongings...
I'm sorry for having blood streaming through my limbs
(sometimes I miss my blood vessels)
And for having killed the mischievous tone in your voice
I'm sorry for standing here sweating and hearing
(I miss my hormones and veins and inner organs)
And watching and feeling and touching and fearing
I'm sorry I left my skin on the balcony
and that it rained all night on it
It got soaped and now it doesn't fit...
I'm sorry I am draining all over the floor now
Because I have no skin to tighten myself...
(I don't miss my skin as much as I miss licking my spine)
I'm sorry for having no coherence whatsoever
As all my parts are scattered and unrecognisable
And afraid of coming together again
(I miss taking your ears on my stomach and feeling them listening)
I'm sorry for having sung this song backwards
(I miss the sounds of all my bone joints)
And for saying each syllable in unison
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Onomatopeia-Henrique Leiria Drummond
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Onomatopeia polissindética
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Onomatopeia em pessoa
Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!
Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!