terça-feira, 14 de outubro de 2008

Onomatopeia ceguinha de encantar

Quero contar-vos a história da relação mais duradoura que já tive até hoje. A história de uma relação de amor/ódio cujo fim ainda é uma incógnita, o que até costuma ser bom sinal quando se trata de relações. Neste caso específico, os meus sentimentos são dúbios: quero e não quero, preciso mas repudio, anseio mas quero afastar-me... 

Tudo começou em 2004. Um belo ano para alguns, o começo dos problemas da crise financeira atual para outros, ano de muitos nascimentos e de outros eventos ainda menos afortunados. Para mim, é o ano do começo da relação que quero aqui relatar. 

Não entrarei em detalhes sobre o contexto em que nos conhecemos. Mas foi no fim do Verão. Quando o romance acaba para uns, para nós ainda começava, fresco e viçoso como todos os inícios de romance. Menciono apenas o local, porque me parece relevante para a história: Loures... Uma Loures a que nunca me desloquei e da qual conheço apenas um Carnaval que não é o meu. Sim, porque os meus carnavais são outros e bastante melhores do que a maior parte dos cortejos carnavalescos que por aí andam.

E em Loures foram entregues os documentos que oficializaram este elo duradouro. Desde então, por razões várias, o elo tem sido patrocinado por mim, com muito custo financeiro, o que me leva a pensar se esta relação não será algo desequilibrada e se o meu peso na balança não revelará indícios de anorexia... Mas mesmo assim continuo firme. Mesmo que a incerteza se apodere de mim pontualmente, mesmo se muita gente manifesta a sua desconfiança sobre o desfecho desta história, eu não vacilo e continuo a injetar tempo, dinheiro e paixão nesta relação...

No entanto, e apesar de o fim ser evidente e inevitável, eu continuo descrente e pouco convencido que seja em Novembro de 2009 que ele acontecerá. Um ano antes de esta forte ligação perfazer cinco anos, parece haver indícios de que o desmame poderá começar. Não sei... Não consigo acreditar em nada... 

Mas sei, meu querido Tribunal de Loures, que fazes parte de mim e que, pelo menos por mais um ano, continuarás a ser integrante do meu ser, do meu dia-a-dia, das minhas preocupações, das minhas angústias! 

Um grande bem-haja para ti, Domus Iustitiae, que me fazes sentir vivo e atribuis sentido e objetivos à minha existência...

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