ELE VEM CÁ, ELE VEM CÁ, ELE VEM CÁ! (Ele é o Herr Stephan Bodzin e cá é o Domus.)
Entre o caos esmagador das camadas sonoras e a repetição hipnótica de padrões... Será que ao vivo as sensações são as mesmas? Ao morto, parece não haver outro mundo para além daquele...
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Onomatopeia pupila
E apesar de o dia ainda nem sequer ir a meio, hoje já aprendi que quem tem pés pequenos é desequilibrado e instável, que as pessoas estáveis e equilibradas não têm nada de especial, que os pombos e os ratos dariam melhor combustível que os porcos, que há libaneses que uma vez por ano limpam as paredes do intestino, que a batata doce pode ser agridoce... Tenho esperança que depois do programa de rehab que hoje se inicia aprenda ainda mais coisas com igual nível de importância...
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Onomatopeia felina
Nesta altura tinha
sete vidas....
Agora tenho menos umas quantas,
mas quero aquele sorriso
de volta...
Ainda que sem os dentes todos...
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Onomatopeia cum cerebro mortuo
- Eu sou dual, sabias? Sou binário...
- Ai és?
- Sim. Não vês os meus olhos vermelhos e os meus cabelos brancos?
- Hã?
- Como é que se chamam as pessoas que têm os olhos vermelhos e os cabelos brancos?
- Hmmm... Albinas?
- Isso... Então sou albinário...
- Dói-me o cérebro...
- Como é que sabes que é o cérebro?
- Porque é debaixo do cabelo... Acho que não tenho mais nada nessa zona.
- Gostavas de ter uma sobrinha só para ti?
- Não... Eu gosto de ter sobrinhas só de vez em quando...
- Mas podias ter... Eu ia lá a casa dar-lhe de comida quando fosses de férias.
1- Por falar em Goro-Koko, há bocado, quando passei no corredor, estava um garnisé a cantar...
2- A cantar o quê?
3- Um garnisé? Onde? Numa das salas?
1- Não, quando passei na sala do Hugo.
2- Gustavo? Quem é o Gustavo?
1- P., tira isso das orelhas... Vais ver que passas a ter uma percepção completamente diferente do mundo.
2- Isto está desligado... Mas o garnisé estava a cantar para o Gustavo?
- Isso é a Alípia.
- Quem?
- Afonsa? Será Afonsa?
- Quem??????
- Alipária?
- Que é que se passa contigo?
- O meu número de telefone é tal e o número de telefone do meu amigo é tal e tal...
- Adília Lopes?
- Isso!
- Ai és?
- Sim. Não vês os meus olhos vermelhos e os meus cabelos brancos?
- Hã?
- Como é que se chamam as pessoas que têm os olhos vermelhos e os cabelos brancos?
- Hmmm... Albinas?
- Isso... Então sou albinário...
- Dói-me o cérebro...
- Como é que sabes que é o cérebro?
- Porque é debaixo do cabelo... Acho que não tenho mais nada nessa zona.
- Gostavas de ter uma sobrinha só para ti?
- Não... Eu gosto de ter sobrinhas só de vez em quando...
- Mas podias ter... Eu ia lá a casa dar-lhe de comida quando fosses de férias.
1- Por falar em Goro-Koko, há bocado, quando passei no corredor, estava um garnisé a cantar...
2- A cantar o quê?
3- Um garnisé? Onde? Numa das salas?
1- Não, quando passei na sala do Hugo.
2- Gustavo? Quem é o Gustavo?
1- P., tira isso das orelhas... Vais ver que passas a ter uma percepção completamente diferente do mundo.
2- Isto está desligado... Mas o garnisé estava a cantar para o Gustavo?
- Isso é a Alípia.
- Quem?
- Afonsa? Será Afonsa?
- Quem??????
- Alipária?
- Que é que se passa contigo?
- O meu número de telefone é tal e o número de telefone do meu amigo é tal e tal...
- Adília Lopes?
- Isso!
domingo, 25 de maio de 2008
Onomatopeia sentenciosa
Frases-chave de um dia que seria melhor se passado noutro lugar qualquer, mas que seria muito pior sem elas:
"Todas as esquinas do mundo são pastelarias."
"Sexo no tapete da sala não é radical, mas no dia a seguir dói como se fosse..."
"- Carolina, olha os cocós!"
"Eu quero comer, comer perdidamente... Este, aquele, o outro e toda a gente!"
"- Porque sabes?
- Eu sei a mirtilo."
"Queres que eu lhe leve a bexiga ou queres que eu lhe peça para ele vir cá?"
"1.º Interlocutor: Há tanto tempo que não vejo neve.
2.º Interlocutor: Até parece que costumas ir a Genève muitas vezes.
3.º Interlocutor: Eu já fui a Genève. Tem cisnes maus."
"Todas as esquinas do mundo são pastelarias."
"Sexo no tapete da sala não é radical, mas no dia a seguir dói como se fosse..."
"- Carolina, olha os cocós!"
"Eu quero comer, comer perdidamente... Este, aquele, o outro e toda a gente!"
"- Porque sabes?
- Eu sei a mirtilo."
"Queres que eu lhe leve a bexiga ou queres que eu lhe peça para ele vir cá?"
"1.º Interlocutor: Há tanto tempo que não vejo neve.
2.º Interlocutor: Até parece que costumas ir a Genève muitas vezes.
3.º Interlocutor: Eu já fui a Genève. Tem cisnes maus."
sábado, 24 de maio de 2008
Onomatopeia sufragista (adenda)
E outros possíveis nomes artísticos surgiram entretanto:
Beta Dine
Beta Raba
Pam Plona
Beta Dine
Beta Raba
Pam Plona
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Onomatopeia sufragista
E como a noite do Lugar às Novas devia ser um momento especial na vida de todos nós (para os amantes de Sodoma, Gomorra e não só), eu tenho andado a pensar em nomes para atribuir à minha persona transformista. Para já só tenho três, mas queria saber as opiniões dos demais. And the nominees are:
Ana Purna
Cátia Mandu
Maria Oneta
Também gosto de Bang Bang Ladesh, mas houve uma Nova mais velha que se adiantou...
Ana Purna
Cátia Mandu
Maria Oneta
Também gosto de Bang Bang Ladesh, mas houve uma Nova mais velha que se adiantou...
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Onomatopeia na terceira pessoa
She leaned on his chest, opened her mouth as if she was about to say something but no words came out... He was staring at the wall, hypnotized by an emotion he was not able to deal with. With some effort she started talking, even though she was not certain her words would reach his ears. At least his heart beat was there, his skin was under her head, and that was all she needed to continue:
- I won't let go of myself because I don't know you'll be there to grab me... I can fall on my own, I can land on my feet or on my head, but I'll never know if you are willing to scratch yourself a little bit to prevent my wounds... So, in the meantime, there will be pieces of me that scatter into trust, but they will never come together to throw themselves from the edge. I am much older now than I can take, much older in my thoughts, much older in my senses, much older in the way I recognize events and situations. I can see through people, through gestures, through words, through looks... But even if I can see through you, I will never have my reflection shown in what you are. I can't run away from you, so I'll just walk backwards slowly until the horizon has swallowed you and you'll be no more than a setting sun you'll always remember for its beauty...
- I won't let go of myself because I don't know you'll be there to grab me... I can fall on my own, I can land on my feet or on my head, but I'll never know if you are willing to scratch yourself a little bit to prevent my wounds... So, in the meantime, there will be pieces of me that scatter into trust, but they will never come together to throw themselves from the edge. I am much older now than I can take, much older in my thoughts, much older in my senses, much older in the way I recognize events and situations. I can see through people, through gestures, through words, through looks... But even if I can see through you, I will never have my reflection shown in what you are. I can't run away from you, so I'll just walk backwards slowly until the horizon has swallowed you and you'll be no more than a setting sun you'll always remember for its beauty...
Onomatopeia gastronómica
Ontem a minha imaginação desenhou o menu perfeito, mas a hora tardia e a escassez de ingredientes nos estabelecimentos comerciais desta cidade não permitiram que se realizasse a sua atempada degustação. Registo-o aqui para que sirva de lembrete para um futuro próximo em que os astros se alinhem com as horas e com os fornecedores dos mercados, mercearias, centros comerciais e afins.
Folhados com queijo de cabra e doce de frutos silvestres
Sopa de abóbora com feijão
Alheira com grelos e batatas assadas no forno
Feijoada de chocos
Tarde de limão merengada
Folhados com queijo de cabra e doce de frutos silvestres
Sopa de abóbora com feijão
Alheira com grelos e batatas assadas no forno
Feijoada de chocos
Tarde de limão merengada
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Onomatopeia acrobata
Descobri hoje que consigo fazer maravilhas com outros apêndices que não as minhas próprias mãos. Escrevi meio sms com a ponta do nariz. Se praticar, um dia destes vou conseguir escrevê-los na sua inteiridade e enviá-los para múltiplos destinatários. Quem sabe comece também uma fundação para artistas com narizes sobredotados... ou para artistas sobredotados com narizes... ou para sobredotados artistas com narizes... ou para sobredotados com narizes artistas... Tenho de tomar uma decisão, mas até lá vou praticando. Para quem quiser saber, o texto escrito à moda de Bergerac foi "Ola tudo".
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Onomatopeia mórbida
- Às vezes tenho vontade de matar alguém...
- Às vezes tenho vontade de morrer. Matas-me?
- Se morreres, eu tenho de morrer também...
- Às vezes tenho vontade de morrer. Matas-me?
- Se morreres, eu tenho de morrer também...
terça-feira, 13 de maio de 2008
Tetraonomatopeia
Na sucessão dos números, na abstracção das ideias que quantificam o tempo, nada melhor do que uma limpeza a fundo para revermos o brilho que se perdeu. Eu sei que ele lá está, só tenho dificuldade em remover a camada de poeira que se acumulou devido à falta de manutenção... Preciso de alguma ajuda, mas por vezes tenho receio de demonstrar essa necessidade e fico à espera que os indícios sejam suficientes... Se tenho de começar um processo provavelmente doloroso, quero fazê-lo acompanhado por quem me tem acompanhado nessa sucessão temporal que são os meus dias e as minhas noites. É por esses "quens" que fazem parte do que sou que começo a limpeza. Por todos aqueles que já passaram a barreira dos quatro e por aqueles que o estão a fazer agora... Tenho saudades de mim antes de ser quem sou, mas hei-de reconquistar o meu reino...
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Onomatopeia frutescente
Hoje andei de mãos dadas com uma casca de banana. O romance foi curto e platónico, mas foram momentos de grande enlace e cumplicidade enquanto percorríamos as ruas nauseabundas e encardidas desta cidade além-Praça do Chile. Foi um amor proibido, socialmente incorrecto e incompreendido, mas ignorámos os olhares surpreendidos e reprovadores dos transeuntes. Tivemo-nos por completo e, durante os breves minutos em que estivemos juntos, fomos seres menos sós no emaranhado universal. Como todos os romances, teve um fim - confesso que algo abrupto e sórdido -, mas senti-me acompanhado e protegido enquanto passeava a minha casca vistosamente amarela, cujo conteúdo, previamente deglutido em público sem sinais de lubricidade dúbia (tenho regras de etiqueta para a deglutição pública de alimentos fálicos), tinha atingido o estado perfeito de maturação. Já não há romance, já não há resquícios do amor que tive por ela, mas tenho-a no arquivo memorial dos momentos perfeitos que não se querem esquecer. Peguei-te, trinquei-te, passeei-te, amei-te e meti-te no lixo...
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Onomatopeia bonançosa
Quero ver os jacarandás contigo agora, quando derem flor e depois de terem perdido todas as folhas, todas as flores, todos os ramos, e apenas restarem os indícios das raízes que os alimentaram. Seremos talvez menos longevos que as árvores, mas poderão ser elas as testemunhas do nosso enraizamento... Porque elas sabem o que é beber do solo e não o esgotar, o que é usar a luz do sol e não obscurecer o que as rodeia...
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Onomatopeia teleonómica cap. 1 (continuação)
1.2 Ambiguidade das enunciações
Não me esfregues com a banana.
1.3 Inauditismo das comparações
É como substituir uma coisa anal por uma coisa análoga.
1.4 Impossibilidade da realização de desejos
Se eu fosse uma estrela, eu era um monte de Vénus.
Não me esfregues com a banana.
1.3 Inauditismo das comparações
É como substituir uma coisa anal por uma coisa análoga.
1.4 Impossibilidade da realização de desejos
Se eu fosse uma estrela, eu era um monte de Vénus.
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