trazes-me a certeza
de que também nas
rosas as pétalas são
a tua imaginação contida
e que os espinhos celebram
a dor ou sangue
e ao levares contigo
as certezas que apregoas
arrancas as pétalas às rosas
e cortas as mãos aos espinhos
só para que a piedade se torne
tão naturalmente tua...
18 de outubro de 1997
se as longitudes se cruzassem
espacialmente
ou mesmo que as coordenadas
fossem na geografia meras coincidências técnicas
restaria sempre a certeza
de que as fundações não foram abaladas
e de que o edifício continua
tão pleno de limites
como nas origens se desejou que fosse
ao menos arranca-se o silêncio do solo...
18 de outubro de 1997
segunda-feira, 20 de junho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Onomatopeia retropoética #1
Abri um baú fechado há mais de dez anos e eis aqui as primeiras poeiras que se libertaram:
não sei se foste um Fausto
ou uma Nereida ardente
não sei se tiveste nos teus braços
a potência ou a força do mundo
não compreendo se a tua voz é franca
ou se a fraqueza te atormenta
apenas aceito o teu sotaque mudo
e recuso que o respeito se imponha...
27 de outubro de 1997
e se o fogo trouxer a clarividência
alumia-se este canto onde estamos
obscurece a canção ou onomatopeia
que sussurras
a inteligência passa por cima dos
mortos
ao tentar perceber que a falta de movimento
não tem como significado a ausência de vida
apenas um congelamento...
27 de outubro de 1997
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