sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Onomatopeia cosmovisionária

E se o mundo fizesse sentido e se o sentido viesse em forma de música, então ele seria assim: a perfeição dos tempos, a perfeição dos sons, a perfeição da melodia, a perfeição do compasso matemático... E como as palavras não chegam para descrever tudo, cabe à música os restos que faltam à cosmografia verbal...



J. S. Bach - Variações Goldberg - Aria (interpretado por Glenn Gould)

2 comentários:

tinyGod disse...

Ouvir Bach faz-me voar por entre a poesia da frescura dos novos autores...
"
Avistei a boca ao entardecer.
A língua não vinha nos mapas,
mas no palato agrupavam-se diversas constelações
e pertencia-lhes a ventura dos meus dedos.
Não havia notícias de outros povos
nem sequer uma mácula de cerejas.
Plantei o primeiro seio
a que chamámos macieira
e abandonei o ventre
à generosidade vegetal.
Nessa noite dormimos por dentro e por fora
do mundo.
"
Catarina Nunes de Almeida - in ‘A Metamorfose das Plantas dos Pés‘, Porto, Deriva, 2008

J. disse...

não se se é a perfeição, mas anda perto de alguma ideia q fazemos dela. Também gosto da interpretação do Yo-Yo.
Se levar uma pancada nos olhos faz ver, ouvir as variações de Goldberg faz "reparar".